Ordenação sacerdotal de Dom Tomás de Aquino

domingo, 27 de dezembro de 2015

Comentários Eleison CDXLI (441) - Comparação com a família

Por Dom Richard Williamdon
Tradução: Cristoph Klug

Duas famílias podem ambas por um homem ser mantidas
Assim o podem duas igrejas por um Papa conduzidas.


Enquanto que no melhor dos casos os argumentos provam, as comparações no melhor dos casos ilustram. Logo, as comparações não provam, mas podem lançar muita luz desde o conhecido até o desconhecido. Pois bem, concernente à presente crise da Igreja, de meio século de idade, necessitamos de toda luz que possamos obter, porque com cada dia que passa se torna menos e não mais compreensível. Então, segue aqui uma comparação fecunda que me enviou há pouco tempo um recente convertido à Tradição. Ele compara a Igreja Católica e a Igreja Conciliar, ou a Neo-Igreja, com as famílias legítima e ilegítima de um e o mesmo homem. Apliquemos a comparação ao seu matrimônio, à sua autoridade e aos seus filhos.

Por um casamento legal com sua verdadeira esposa, um homem inicia uma família e têm filhos legítimos. Mas passando um tempo ele é infiel, e se divorcia dela para viver com sua amante, por adultério com a qual têm outros filhos que são bastardos. Assim mesmo, por uma eleição canônica de um Cardeal como Papa, este Cardeal vem a ser o pai legítimo da Igreja católica e o pai espiritual pela verdadeira Fé de uma multidão de verdadeiros Católicos. Mas desde há 50 anos, como Papa Conciliar, se prostitui seguindo o mundo moderno, e por adultério com este forma uma nova família de bastardos Conciliares. Assim, tanto como o mesmo homem pode ser pai de uma família legal e de uma família ilegal, assim um Papa pode ao mesmo tempo ser cabeça da Igreja Católica e da Neo-Igreja.

Em segundo lugar, assim como o pai de família tem verdadeira autoridade sobre sua verdadeira família, mas não verdadeira autoridade sobre sua segunda família porque não é sua família verdadeira, assim o Papa Conciliar tem verdadeira autoridade sobre os verdadeiros Católicos, mas nenhuma autoridade sobre a Neo-Igreja com seus Católicos Conciliares. E assim como a primeira família necessita de seu verdadeiro pai, e ambos, esposa e filhos, farão tudo o que puderem para trazê-lo de volta para casa mas ele se aferra à sua companheira em adultério e a seus filhos ilegítimos que também farão tudo o que puderem para mantê-lo consigo, do mesmo modo o Papa Conciliar, mesmo que respeitado pelos Católicos Tradicionais que clamam a ele para que faça seu dever por eles, prefere aos Católicos Conciliares que têm pouco respeito real por ele mas se aferram também a ele para cobrir seu estado ilegal.

E, em terceiro lugar, assim como nenhuma verdadeira esposa aceitará ser posta ao mesmo nível que a companheira adúltera que a substituiu, nem os verdadeiros filhos (se suficientemente maduros) aceitarão ser adotados pela falsa família e assim comparados aos bastardos, do mesmo modo a Tradição é absolutamente incompatível com a Neo-Igreja, nem tampouco os verdadeiros Católicos aceitam ser incorporados nela por qualquer tipo de acordo de rendição ou traição à Tradição. Não é para eles irem se prostituindo sob seu verdadeiro pai em seu ambiente adúltero mesmo se ele é seu verdadeiro pai e eles verdadeiramente o necessitam. É para o pai retornar à sua verdadeira família. Nem tampouco podem os filhos legítimos razoavelmente esperar trazer a seu pai de volta à casa reunindo-se com ele em seu ambiente sedutor. A probabilidade muito maior é que eles também sejam seduzidos. O neo-modernismo é muito sedutor!

Esta comparação de qualquer Neo-Papa com um pai de duas famílias é fecunda em muitos outros pontos porque pertence à natureza de um Papa ser um pai. Mas, “Qualquer comparação coxeia” (outra brilhante comparação), e a perna má desta comparação consiste principalmente no fato de que enquanto a distinção entre duas famílias de um único pai está perfeitamente clara na vida real, pelo contrário, a distinção entre a Igreja Católica e a Neo-Igreja, enquanto que perfeitamente clara em teoria, é muito difícil de se desemaranhar na prática, porque elas estão quase de modo desesperado entrelaçadas na vida real. 

Para manter a cabeça católica nos ombros de alguém, é tão necessário conhecer a clara distinção em teoria como o é reconhecer a desesperada confusão na prática.


Kyrie Eleison.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Comentários Eleison CCCLXIX (369) - Israelenses, Israelitas?

Por Dom Richard Williamson
Tradução: Andrea Patrícia (Blogue Borboletas ao Luar)
09 de agosto de 2014

Admitamos então (CE 368) que as ordens do Deus Todo-Poderoso para exterminar certos povos no Antigo Testamento (por exemplo: I Sm 15) foram atos de justiça e misericórdia para com os próprios pagãos, e um ato também designado para ajudar os israelitas a seguirem adiante na preparação do berço para a chegada, muitos séculos depois, do Deus Encarnado, Nosso Senhor Jesus Cristo. Este berço os israelitas proporcionaram, especialmente a Santíssima Virgem Maria, a quem toda a raça humana tem uma dívida sem limites de gratidão. Quem quer de nós que chegue ao Céu, só o faz por sua intercessão.

Então, que relação pode haver entre esses judeus por meio dos quais veio a salvação (Jo 4, 22), e os tantos judeus de hoje que estão massacrando os palestinos ou apoiando moralmente ou financeiramente o massacre? A maioria dos judeus de hoje são judeus Askenazi, e podem muito bem não ser descendentes de Abraão; mas seja como for, é certo que eles absorveram do Talmude, o livro sagrado do Judaísmo pós-cristão que Nosso Senhor chamou de “o fermento dos fariseus e dos saduceus” (Mt 16, 11), que é o espírito de seus inimigos implacáveis que o crucificaram e têm combatido Sua Igreja desde então. Como pode esse Povo Eleito ter se tornado consistentemente um dos Seus piores inimigos? (Se esta simples pergunta parece “antissemita”, nos recordemos que a verdade é boa, enquanto que o “antissemitismo” é mau; então, nenhuma verdade pode ser “antissemita”, e nada que seja “antissemita” pode ser verdade. O que se segue é a verdade, e nada tem que ver com o chamado “antissemitismo”).

Em primeiro lugar, se o Povo Eleito se voltou contra seu Deus, o problema pode parecer cronológico, mas não é. Em todo o Antigo Testamento houve israelitas que se voltaram contra Deus, como, por exemplo, os adoradores do bezerro de ouro, ou os judeus exilados na Babilônia. Deus teve de punir frequentemente seu próprio povo “de dura cerviz” e rebelde. Da mesma forma, desde o início do Novo Testamento até os nossos dias houve sempre judeus notáveis convertidos, como São Paulo, que foi tão judeu quanto poderia sê-lo (cf. Rm 9, 1-5; II Co 11, 21-22; Fl 3, 4-6). A diferença entre os israelitas e os israelenses é a mesma diferença que sempre houve entre aqueles de qualquer raça que amam a Deus e aqueles que se rebelam contra Ele. A verdadeira linha “judaico-cristã” estende desde Abel, passando, por exemplo, por Abraão, Moisés, Davi e a Mãe de Deus até a Igreja Católica. A falsa linha “judaico-cristã”, mas verdadeiramente “judaico-maçônica” se estende desde o amaldiçoado Caim, passando, por exemplo, pelos assassinos dos profetas de Deus, por Anás e Caifás, até a moderna Maçonaria, que foi criada pelos judeus e continua controlada por eles com o propósito de lutar contra a Igreja Católica, ainda que muitos maçons ignorem este fato.

Muito bem, mas não é especialmente acentuado o contraste entre israelitas e israelenses? Sim, porque como diz o velho ditado, “Quanto mais altos eles são, maior sua queda”. Como aqueles membros do Povo Eleito se recusaram a ser os servos especiais de Deus, como têm feito desde a Encarnação, acabaram sendo obrigados a se tornarem servos especiais do Diabo. Não houve para eles possibilidade de escolha entre uma coisa e outra. E o que estava por trás dessa recusa? Em uma só palavra: orgulho. Em vez de usar os dons especiais que Deus os deu para a Sua glória, eles os redirecionaram para a sua própria glória. Antes que o Messias chegasse, eles o conceberam erroneamente como seu salvador material ao invés de salvador espiritual, de modo que, quando Ele veio, eles se recusaram a reconhecê-Lo, e desde então lutam contra Ele por ter substituído sua religião mosaica racialmente exclusiva com a religião católica racialmente inclusiva, aberta a todas as raças.

E o que os católicos podem fazer para resistir à esmagadora dominância material dos outrora Eleitos à nossa volta? Materialmente, quase nada, mas uma simples alma que esteja a orar espiritualmente e sinceramente para o reino de Deus vir, e para que seja feita a Sua vontade, pode fazer com que Deus mova montanhas, o que é brincadeira de criança para Ele, que permite esse domínio apenas para nos levar de volta para Si.


Kyrie Eleison.

NOVA E ESCANDALOSA ENTREVISTA AO P. SCHMIDBERGER



ACI Imprensa: O gesto do papa Francisco [concessão de jurisdição para confessar desde 8 de dezembro de 2015 até 20 de novembro de 2016. Nota do NP] foi disposto para o ano da Misericórdia, mas o papa não dirá, depois de 20 de novembro de 2016, que estará revogado? Você espera ainda outros gestos desta natureza, até a respeito de outros sacramentos?

P. Schmidberger: Certamente, uma restrição para o ano da Misericórdia é dificilmente concebível e provavelmente não corresponda ao pensamento do papa. Talvez seguirão até outros gestos da mesma natureza. Mas, a longo prazo, certamente haverá uma normalização definitiva, com uma estrutura canônica para os sacerdotes da FSSPX.

ACI Imprensa: Já seu predecessor, o papa Bento XVI, buscou uma aproximação com a FSSPX. Agora o papa Francisco escreve em sua carta literalmente: “Confio que no futuro próximo se possam encontrar soluções para recuperar a plena comunhão com os sacerdotes e os superiores da Fraternidade”. Como o senhor considera esta declaração?

P. Schmidberger: Certamente, o papa Francisco vê em nossa Fraternidade uma força que pode ajudar na Nova Evangelização pedida por vários setores. Também nossa obra corresponde ao seu pedido de pobreza, nós não recebemos impostos eclesiásticos e nem mesmo o apoio do Estado, senão que apenas vivemos das doações e do espírito de sacrifício de nossos fiéis. Se o papa realmente considera uma estrutura canônica, isto abriria muitas portas para um trabalho mais extenso de nossos sacerdotes do que agora é possível. Sobretudo, podemos ajudar formando uma geração de novos sacerdotes com grande espírito de fé e zelo apostólico.


Texto completo da entrevista (em alemão) aqui.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

“Como é possível milagre fora da Igreja Católica”, pelo Cardeal Lépicier*

Prof. Carlos Nougué


«Põe-se aqui uma grave questão: pode haver milagre fora da Igreja Católica? Nossa resposta é que se pode, em verdade, sustentar a possibilidade e até a existência de verdadeiros milagres fora da religião católica. Isso não pode dar-se por uma lei ordinária, mas somente por exceção e em casos isolados, e jamais fora do fim que distingue a verdadeira religião de Jesus Cristo. Por isso dizemos que o milagre pode dar-se fora do corpo desta religião, mas não fora de sua alma. Como fato sistemático, que constitui, por assim dizer, um sistema, um todo harmonioso governado por princípios invariáveis e por uma lei fixa, o milagre existe somente na religião que se intitula universal ou católica, porque fundada pela Causa Primeira que reuniu tudo, e em favor da qual foram operados os milagres mesmos da antiga lei.

Em verdade, pode admitir-se que, de maneira excepcional, e em casos isolados, o milagre se dê fora do corpo da religião católica, sendo livre o Espírito Santo para escolher seus instrumentos por onde quer que queira. Isso não deve constituir nenhuma dificuldade, sobretudo se o taumaturgo é um homem de vida santa e não busca outra coisa em suas obras que a honra de Deus.

Será bom, a este respeito, lembrar aqui o que lemos em São Marcos. Tendo dito a Jesus o Apóstolo João: “Mestre, vimos um homem, que não vai conosco, expulsar os demônios em vosso nome, e lho impedimos”, Nosso Senhor falou nestes termos: “Não o impeçais, pois ninguém pode fazer milagre em meu nome e logo depois falar mal de mim. Quem não é contra vós é por vós”. Isto equivale a dizer que, se algum milagre se cumpre por um homem fora do corpo da Igreja de Jesus Cristo, tal fato é necessariamente ordenado à manifestação da verdade pregada pelo Salvador, e de modo algum em favor do erro.

É neste sentido que se devem explicar os milagres atribuídos, em tempos muito próximos dos nossos, a um padre ortodoxo grego de grande piedade, chamado Ivã ou João Serguief, da principal igreja de Cronstadt. A fama de santidade deste padre era tal que, no mês de outubro de 1894, o imperador Alexandre III, morrendo, o chamou na esperança de obter por sua intercessão um alívio para seus sofrimentos.

Tais milagres, supondo-os autênticos, seriam fatos isolados, cumpridos aparentemente fora da Igreja Católica, mas lhe pertenceriam de direito, porque não tinham por objeto a confirmação de uma falsa doutrina, mas antes a recompensa de uma santidade em harmonia com os princípios proclamados precisamente pela Igreja Católica. Tais milagres teriam tido pois por fim fornecer novas provas da existência da ordem sobrenatural.

Santo Agostinho expõe luminosamente esta verdade quando, comentando precisamente o fato contado por São Marcos na passagem há pouco citada, explica que as palavras pronunciadas então por Nosso Senhor: “Quem não é contra vós é por vós”, não contradizem as referidas em São Mateus: “Quem não está comigo é contra mim”. “Nesse caso”, diz o santo Doutor de Hipona (o daquele que expulsara o demônio), “ele não era contra os discípulos, mas, ao contrário, era por eles, enquanto operava curas pelo nome de Cristo... Ele devia ser confirmado na veneração de tal nome e, portanto, não era contra Igreja, mas pela Igreja.” Lembremos ainda, aqui, o episódio tão interessante contado no livro dos Números. Dois indivíduos, Eldad e Medad, embora não tivessem ido com os outros ao tabernáculo, profetizaram todavia no campo na ausência e sem o conhecimento de Moisés. O chefe do povo de Deus, tendo-o sabido, quis que eles fossem deixados livres para profetizar.»




* * *


1) Ademais, “A generalidade dos Padres e dos teólogos admitiu a possibilidade de milagres entre os hereges”, como se lê no prestigioso DTC: 


2) Por fim, como nos escreveu um sacerdote, “o milagre da liquefação do sangue de São Genaro, que desde há 45 anos se vem produzindo no âmbito do Novus Ordo, devemos atribuí-lo agora aos demônios? Diga-se o mesmo do milagre permanente da conservação da tilma de Guadalupe. Segundo os que negam a possibilidade de milagre no âmbito da Igreja conciliar, esse tecido já deveria ter-se desfeito ‘porque Deus não pode aprovar o N.O.’. E assim com os muitos milagres permanentes na Igreja conciliar em todo o mundo” – e que de modo algum, acrescentamos, se ordenam a aprovar a Igreja conciliar no que tem de conciliar, senão que se ordenam à manifestação da verdade sobrenatural da Igreja Católica.


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* Sobre el Card. Lépicier: 

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Afirmar que ninguém fora da Igreja se salva, extraordinariamente e apesar de sua falsa religião, é herético

Professor Carlos Nougué

Afirmar que ninguém fora da Igreja se salva, extraordinariamente, é herético, porque nega o que sempre disse o Magistério infalível (como o Concílio de Trento) e a Tradição bimilenar. E isto não implica contradição com o axioma “Fora da Igreja não há salvação”, porque, ao se salvar pela graça final e eficaz, o que estava fora da Igreja entra automaticamente para a Igreja. Isto, repita-se, é extraordinário, excepcional, mas efetivo. Quem quer que tenha estudado os documentos do Magistério da Igreja o sabe. E negá-lo, repito, implica indocilidade ao Espírito Santo. Naturalmente, se alguém que está fora da Igreja se salva, salva-se apesar de sua religião: e por isso mesmo é que entra para a Igreja Católica na hora da morte. Transcrevo abaixo trechos da Resposta a uma pergunta acerca da possibilidade de milagres fora da Igreja.

«2) Em resumo, diz Santo Tomás duas coisas: uma, que os demônios podem fazer coisas que se assemelham a milagres mas não o são; outra, que Deus, pelo ministério dos anjos, podia fazer milagres entre os pagãos (ou seja, não apenas entre o povo eleito), assim como, embora ordinariamente a salvação das almas se desse entre os judeus, também se dava, extraordinariamente, entre os pagãos, como sempre disseram nossos Doutores. Santo Agostinho, por exemplo, pensava que Cícero se teria salvado, o que se provaria pelo que disse antes de morrer: “Causa causarum, miserere mei” (Causa das causas, tem misericórdia de mim).

3) Ademais, como diz o sacerdote que lhe escreveu, parece que “se encontram alguns casos de milagre entre os ortodoxos, por exemplo para testemunhar a verdade do Novo Testamento diante de um judeu” – o que de algum modo concorre para o bem da Igreja. – Aliás, todos os que se salvaram antes de Cristo (judeus ou pagãos) não o fizeram senão em ordem a Cristo, que é o eixo dos tempos. E os que extraordinariamente se salvam fora da Igreja depois de Cristo (o que é afirmado, entre outros, pelo Concílio de Trento) tornam-se da Igreja no ato mesmo em que são salvos, razão por que não há contradição com o axioma “fora da Igreja não há salvação”.

4) Mas a melhor passagem de Santo Tomás de Aquino para entender o assunto ainda me parece a da Suma Teológica, II-II, q. 178, a. 2 (“Se os maus podem fazer milagres”), ad 3: “Por isso, os maus que ensinam falsas doutrinas [ou seja, os heréticos] não poderiam jamais fazer verdadeiros milagres para confirmar seu ensinamento, embora, às vezes, possam fazê-los em nome de Cristo, que eles invocam, e pela virtude dos sacramentos que administram”. E isso, que, como dito, sempre será extraordinário, Deus não o faz senão por algum bem, ou imediatamente da Igreja, ou porque se destina a cumprir a predestinação de quem atualmente não está no seio da Igreja, ou por qualquer outra razão que esteja entre os ocultos desígnios de Deus.»

sábado, 12 de dezembro de 2015

Os pecados capitais (vícios capitais)

100. – Os pecados capitais são apetites desordenados dos quais, como de uma fonte, promanam outros pecados. Melhor se diriam vícios capitais.

Chamam-se “capitais” estes pecados não tanto pela gravidade, quanto pelo número e variedade dos pecados que deles nascem. São sete:

I. A soberba. É um desejo desordenado da própria superioridade. É pecado mortal “ex toto genero suo”, quando leva o homem ao desprezo dos Superiores e à desobediência às suas leis. É pecado venial “ex toto genere suo”, quando não chega a tanto, se bem que alimente no homem excessivo desejo de honra e distinção entre seus iguais; pode tornar-se pecado mortal pelas circunstâncias: por exemplo, se leva a desprezar gravemente o próximo; é pecado venial se leva o homem só a ofender levemente os seus iguais.

Filhas da soberba, são: a) a ambição e a presunção, que constituem pecado grave, quando levam a aceitar um emprego que não se está capaz de cumprir; b) a vanglória, que em si é pecado venial, mas pode tornar-se mortal se alguém manifesta a própria superioridade injuriando gravemente os outros, ou coloca nela o fim último de todas as suas ações, pronto a praticar qualquer ação, antes que reprimi-la. Da vanglória nascem: a) a jactância, leve em si mesma, quando alguém se jacta do bem que faz. Constitui, porém, pecado grave, quando alguém se vangloria de matéria gravemente pecaminosa (cf n. 96); b) a hipocrisia, que é simulação de virtudes que não se tem; pode constituir culpa grave, quando redunda em desprezo de Deus, ou em injustiça em relação ao próximo; c) a ostentação que visa fazer-se notar pelo fausto do qual se faz alarido ou por certas singularidades; é pecado mortal quando tem por fim a corrupção dos costumes e é causa de escândalo.

101.- II. A avareza. É o desejo desordenado dos bens da terra. É pecado venial “ex toto genere suo”, se se opõe só a liberdade; é pecado mortal “ex genere suo”, se se opõe à justiça e à caridade.

III. A luxúria. É o desejo desordenado dos prazeres sensuais.

Sobre este pecado cf. o VI Mandamento do Decálogo, n. 211 ss. (será publicado em outro momento)

102. - IV. A gula. É o desejo desordenado da comida e da bebida; é pecado venial “ex genere suo”. Pode, porém, tornar-se mortal se se chega a excessos que impossibilitem uma pessoa de cumprir seus deveres de estado, ou quando se torna causa de pecados graves. Com efeito, a gula pode levar à incontinência, à intemperança da língua, etc.

À gula se referem a intemperança no beber até à perda do uso da razão (embriaguez), a qual, se é perfeita, isto é, se chega a impedir completamente o uso da razão, é pecado mortal “ex genere suo”, se causada sem motivo suficiente.

Por graves razões, provavelmente, pode permitir-se a embriaguez, como por exemplo, para curar uma doença ou para com mais segurança submeter-se alguém a uma operação cirúrgica. Afastar a melancolia não é motivo suficiente para embriagar-se. A embriaguez que priva só parcialmente do uso da razão (imperfeita) é somente pecado venial, mas poderia tornar-se mortal pelo dano ou escândalo produzido, pela tristeza que poderia causar aos pais, etc.

Em relação ao uso de entorpecentes (morfina, cocaína, heroína, clorofórmio, etc.) valem os mesmos princípios, isto é: usados em pequenas doses por motivo suficiente, por exemplo, para acalmar os nervos, dores, etc., são lícitos. Sem motivo justo, porém, é pecado venial.

Mas tomá-los em doses tais que privem o homem do uso da razão, é pecado grave, salvo se há um motivo suficiente proporcionado; por exemplo, uma operação cirúrgica, dar alívio a um paciente, de doenças muito dolorosas, etc.

A eutanásia, ou seja, a morte indolor que alguns desejam proporcionar aos doentes incuráveis e destinados a penosas agonias, ou a todos os que são fisicamente tarados ou portadores de doenças hereditárias, é ilícita.

103. – V. Ira. É um desejo desordenado de vingança.

Pode ser má por dois motivos: a) pelo objeto, se alguém procura vingar-se de um inocente, ou se procura a vingança, não enquanto é justa, mas para satisfazer um sentimento de malevolência; é, nesse caso, pecado mortal “ex genere suo”, porque se opõe à caridade e à justiça; b) pelo modo de vingar-se, se se está demasiado exaltado exteriormente, na manifestação desta paixão, é então pecado venial, mas poderia tornar-se moral, se a tais exaltações se seguissem blasfêmias, imprecações, escândalos, etc.

É lícita a ira justa, manifestada pela indignação razoável por causa de um pecado, ou que exige a justa punição dele.

Filhas da ira, são: a indignação e o mau-humor, o endurecimento do coração, as blasfêmias, as contumélias, etc.

104. – VI. A Inveja. É o descontentamento que se sente pelo bem alheio considerado como diminuição da própria excelência. É pecado mortal “ex genere suo”, porque se opõe diretamente à caridade, a qual, quer que nos alegremos com o bem do próximo. Quanto maior o bem invejado, tanto mais grave é o pecado.

Muitas vezes se confunde a inveja com o ciúme: este consiste no amor excessivo do próprio bem acompanhado com o receio de que outros no-lo tirem. Há também diferença entre inveja e emulação. Esta é um sentimento louvável que nos leva a imitar, a igualar e se possível, superar, com meios justos, as boas qualidades do próximo.

105. – VII. A Acídia. a) Em sentido geral: é o aborrecimento das coisas espirituais pelo esforço que as acompanha.

b) Em sentido particular, é o desgosto da amizade divina por causa dos sacrifícios que esta impõe para a sua conservação.

A acídia considerada sob o primeiro aspecto torna-se pecado mortal quando por ela se viola um preceito afirmativo ou negativo. Considerada sob outro aspecto, é pecado mortal “ex toto genere suo”, porque se opõe diretamente ao amor de Deus.


Del Greco, Padre Teodoro da Torre. Teologia Moral. São Paulo: Edições Paulinas, 1959.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Aquela palavra chamada "Conservadorismo"


G. K. Chesterton * 1874 / + 1936
Tradução: Wendy Aelson Carvalho.
Publicado originalmente no The Illustrated London News, 6 Julho de 1912.
Traduzido do site chesterton.wordpress.com


Vejo que o Sr. Wells descreveu o ideal que temos eu e alguns amigos com grande senso de humor e considerável precisão, pois define-o como “uma concepção de homens vínicos [ébrios], cantores espalhafatosos, terrosos [vulgares], trabalhadores, moralistas, robustos e imundos.” Uma concepção por demais engraçada, eu acho. Mas não é deste egotismo que venho tratar, e sim de um assunto mais interessante ao público, inerente ao posterior. Aquelas palavras de Wells eu não as li no seu livro, mas num ótimo semanário, onde foram publicadas. Depois de proferi-las, o crítico não se demorou em citar Wells e resumiu-o (suponho) assim: “Não nos voltamos ao Conservadorismo, ou mesmo ao desplanificado progressismo de um Radical ou Socialista.” Veja a palavra Conservadorismo e pense – pense bem, e a Inglaterra poderá ser salva.

[…]

Ora, o que quis dizer este crítico ao me chamar “Conservador” (sua impudência confunde; pois seu artigo foi muito bom)? Reitero, o que ele quis dizer chamando-me “Conservador” e relacionando a homens ébrios, que cantam alto, vínicos, terroso, moralistas, robustos, imundos e tudo o mais? Conservadorismo, eu presumo, significa tentar conservar seu pais tal como é. Como o nosso país está nesta manhã?

Cantando aos berros? Em parte pelo fato de que o país tenha pouco sobre o que cantar, é notório que ele não canta: é notório que agora, como há bastante tempo, o inglês prefere jactar-se de não demonstrar seus sentimentos de maneira estrondosa, lírica ou simbólica.

Será que o país está vínico? Não existem vinhas desde a Idade Média; e nenhum quarentão poderia produzir o mais barato vinho que seja. E embora os subúrbios estejam cheios de embriagados e a Smart Set (muito pior), de drogados, o Sr. Wells é muito mais magnânimo e compreensivo ao sugerir que quero as pessoas naquele estilo vínico.

O país seria terroso? Obviamente que não. “Sujo” estaria muito mais enquadrado e mais justo. Toda a organização da Civilização é industrial, não agrícola; precisaríamos explodi-lo em pedaços a fim de que modelássemos um país agrícola.

É trabalhador? Sim; sem canção, sem vinho, sem a vista da Natureza: mas com certeza é trabalhador – ou melhor, sem certeza. Esta é a única coisa que nosso progresso tem lutado para “conservar”: a maldição depois da Queda. Mas mesmo aqui a frase é infeliz, pois o grande fenômeno de nosso dias é a abstenção do trabalho, aquela coisa engraçada que foi tão aclamada por certa classe como uma coisa prazerosa e agora é usado como arma por outra.

Moralista? Muito pelo contrário. Em determinadas grandes cidades e, mais ainda, nos distritos ao redor delas, as pessoas ficam cada vez mais nômades; e uma pedra a rolar não costuma nada. Pai e filho estão mais liberais um com o outro, e em diferentes maneiras (mesmo em sala de aula), do que qualquer sociedade já conhecida antes.

O país é – para usar a agradável e última antítese do Sr. Wells – robusto e imundo? Seria difícil conceber uma sociedade onde houvesse tanto saneamento e tão pouca robustez.

Isso tudo pode ser calmamente resumido no seguinte: pelo fato de eu querer algo que ainda não exista; querer transformar as pessoas silenciosas em cantoras espalhafatosas; por dever me regozijar se um país sóbrio venha a ser crescentemente ébrio; pela possibilidade de eu tornar um mundo de escravos assalariados um mundo de contratados; porque eu possivelmente fomentaria empregos saudáveis em vez de um hediondo desemprego; por querer que o povo, agora guiados por manias alheias, seja guiado por suas próprias leis e liberdades; por odiar a sujeira estabelecida e mais ainda a limpeza estabelecida; por querer, em suma, mudar quase tudo o que há. Por esses motivos, um maldito, altivo, orgulhoso, instruído, salvador do mundo, sofisticado, minucioso, animal acadêmico, um comum reformador social e escritor que, exaltado, chama-me um Conservador!

sábado, 5 de dezembro de 2015

Comentários Eleison CDXXXVIII (438) - Novus Ordo Missae - III

Por Dom Richard Williamson

Tradução: Cristoph Klug
05 de dezembro de 2015

Católicos, sejam generosos! O objetivo de Deus em ação
É salvar muitas almas fora da “Tradição”.

Se a evidência em favor dos milagres eucarísticos que teriam tido lugar dentro da Igreja Novus Ordo (ver CE 436 e 437) é tão séria como parece, segue que os católicos devem conformar suas mentes à mente de Deus e não o contrário. E os Católicos aderidos à Tradição têm uma especial necessidade de resolver o que Deus quis significar com esses milagres, porque estes fiéis da Tradição não entendem facilmente o que Ele tem podido significar quando sabem quão desagradável deve ser para Ele a Missa Novus Ordo (NOM) em si mesma.

Por muitos séculos Deus realizou tais milagres. A razão primária tem sido sempre fortalecer a fé dos Católicos em uma verdade da Fé que não é fácil de crer, mas está muito próxima ao Coração de Deus. Que no instante da Consagração do pão e do vinho durante a Missa, Deus mesmo tome o lugar de suas substâncias, é um acontecimento tão fora do curso normal da natureza, que esta invenção do amor de Deus desejando dar-se a Si mesmo como comida e bebida para o seu rebanho possa ser prática, mas parece também inacreditável. Por isso que em devidos momentos e lugares, Deus tem operado milagres visíveis sob uma ou outra forma para ajudar às almas duvidosas a crer. Uma razão secundária para estes milagres, especialmente onde tenha havido uma ou outra profanação da Sagrada Eucaristia, é para recordar aos Católicos o tratamento sagrado e a adoração que sempre se lhes deve às humildes aparências por trás das quais Deus mesmo se esconde.

Ambas destas razões se aplicam hoje em dia quando o NOM diminuiu severamente o sentido da Presença Real, sem sempre anulá-la (ver CE 437). Quem pode negar que o rito do NOM e sua prática através da Igreja Novus Ordo, por exemplo a Comunhão de pé e na mão, tem conduzido incontáveis Católicos até a descrer na Presença Real e a incontáveis sacerdotes até a falta de devido respeito no manipular da Santa Eucaristia? Quem pode negar que ambos, o decréscimo da fé e a falta de respeito ante Ela, têm imensamente aumentado desde que o NOM foi introduzido em 1969? Humanamente falando, o assombro pode não ser que tenha havido milagres dentro do limite do NOM, mas também que tenha havido muito mais. De qualquer modo, Deus tem sabido como atuar para o melhor. 

Por outro lado, estes milagres – sempre e quando são autênticos – deixam lições para os Católicos da Tradição também, que se colocaram mais ou menos distantes do limite do Novus Ordo. A lição mais óbvia é que nem todas as Missas Novus Ordo são inválidas, nem todas as Consagrações episcopais nem todas as Ordenações sacerdotais, como os “Tradicionalistas” podem estar tentados a pensar. Isto é seguramente porque mesmo que desde os anos 1960 uma massa da grei católica tem se tornado demasiadamente mundana para merecer manter o verdadeiro rito da Missa, as ovelhas têm sem dúvida amado suficientemente a Missa para não perdê-la totalmente. O NOM pode ter sido permitido por Deus para tornar mais fácil aos Católicos para que abandonassem a Fé se eles quisessem, mas não impossível de mantê-la, sempre que o quisessem.

Por conseguinte, o NOM e a Igreja Novus Ordo como um todo são perigosos para a Fé, e os Católicos estão corretos por terem aderido à Tradição para evitar o perigo. Mas como tiveram de pôr distância entre eles e a corrente principal da Igreja, assim eles se expuseram ao perigo oposto de um isolamento condutor a um espírito sectário e até farisaico, desligado da realidade. Há verdadeiros sacramentos no Novus Ordo e verdadeiros Católicos, os quais Deus cuida, e os “Tradicionalistas” deveriam estar contentes que os há. Que seu isolamento não os faça sentir que estão obrigados a negar que não haja sequer algo católico que reste no Novus Ordo. Isso é irreal e o pêndulo da realidade oscilará de volta, como com a liderança da FSSPX, que não vê mais suficientemente a necessidade de isolar-se da Igreja neo-modernista. Não. A Tradição necessita de isolamento, mas com um espírito generoso e não isolacionista.


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dom Bernard Fellay, superior geral da FSSPX, concede entrevista exclusiva à SF News

Cliquem na opção legendas. No início, Monsenhor Lefebvre fala das boas atitudes de Roma em relação à Tradição.

Sabemos que Roma ainda não se converteu. O resultado disso é o último Sínodo.

Mons. Bernard Fellay está fazendo, desde há muitos anos, o que Mons. Marcel Lefebvre tentou até 1988, quando percebeu que as intenções das autoridades vaticanas não eram outra coisa que engolir a FSSPX, como fez com a Fraternidade São Pedro, saída da FSSPX.

A História é mestra, mas Mons. Fellay não aprendeu com a experiência daquele que conferiu seu episcopado. Rezemos. E rezemos também por Mons. Williamson e Mons. Faure, para que não caiam na tentação da "legalização".


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Comentários Eleison CDXXXVII (437) - Novus Ordo Missae – II

Por Dom Richard Nelson Williamson

Tradução: Cristoph Klug
28 de novembro de 2015

Os milagres eucarísticos estão onde
Deus Mesmo verdadeiramente se esconde.

Os fatos são obstinados – sempre e quando são fatos. Se leitores duvidam que o milagre eucarístico de 1996 em Buenos Aires é um fato, que eles realizem sua própria investigação: comecem, por exemplo, com http://youtu.be/3gPAbD43fTI. Mas se sua investigação deste caso os deixa sem se convencer, que eles então busquem o caso paralelo de Sokólka na Polônia onde todo um centro de peregrinação tem surgido em torno de um milagre eucarístico em 2008: vejam, por exemplo, jloughnan.tripod.com/sokolka.htm. E um pouco mais de investigação na internet descobrirá seguramente mais notícias dos tais milagres Novus Ordo, e ao menos alguns deles pareceriam autênticos.

Mas, como isso é possível? Os Católicos Tradicionais absorvem desde o início que o novo rito da Missa (NOM) é uma abominação aos olhos de Deus, e que tem ajudado a inúmeros Católicos a perder a Fé. Pois o NOM, tanto como o Vaticano II que ele seguiu, é ambíguo, favorece a heresia e tem conduzido a inumeráveis almas para fora da Igreja, para as quais a assistência regular ao rito protestantizado tem-nas convertido praticamente em protestantes. A maioria dos católicos tradicionais devem estar familiarizados com os sérios problemas doutrinais deste novo rito, elaborado para diminuir as doutrinas católicas essenciais da Presença Real, do Sacrifício propiciatório e do sacerdócio sacrificante, entre outros. Então, como pode Deus realizar milagres eucarísticos com este rito, tal como ele que fez de Sokólka um centro nacional de peregrinação para toda a Polônia?

Doutrinalmente, o NOM é ambíguo, num equilíbrio suspenso entre a religião de Deus e a religião Conciliar do homem. Porém, em questões de fé, a ambiguidade é mortal por estar normalmente feita para destruir a fé, como faz frequentemente o NOM. Mas como a ambiguidade está precisamente aberta a duas interpretações, assim o NOM não excluiu absolutamente a antiga religião. Através de um sacerdote devoto, suas ambiguidades podem ser todas dirigidas à direção antiga. Isso não torna o NOM aceitável como tal, porque sua ambiguidade intrínseca ainda favorece à nova direção, mas significa, por exemplo, que a Consagração pode mesmo assim ser válida, como Monsenhor Lefebvre nunca o negou. Mais ainda, se os milagres eucarísticos são genuínos, claramente nem todas as Consagrações de bispos Novus Ordo nem Ordenações de sacerdotes Novus Ordo são inválidas, Resumindo, o NOM como tal é mau como um todo, mau em partes, mas não mau em todas as suas partes.

Contudo, imaginemos com o maior dos respeitos, como Deus Todo-Poderoso se posiciona sobre o novo rito da Missa. Por um lado, Deus ama à Sua Igreja como a menina de Seus olhos e a preservará até o fim do mundo (Mt. XVI, 18). Por outro lado, Ele escolheu confiar seu governo a homens da Igreja humanos e falíveis, aos quais Ele guiará, mas a cujo livre arbítrio outorga evidentemente um grau notável de jogo livre para governá-la bem ou mal, começando com a traição a Seu próprio Filho. Agora, em tempos modernos, a Revolução, seja judaica, maçônica, comunista ou globalista, encontra seu principal adversário em Sua Igreja tem convertido especialmente os líderes da Igreja para destruir à Igreja. Seu êxito mais terrível foi o Vaticano II e sua NOM, os quais foram seguramente muitos mais pela culpa dos pastores que de suas ovelhas. “A fortaleza foi traída por aqueles mesmos que a deviam defendê-la”, disse São João Fisher em um momento paralelo da Reforma. Então, como cuidará Deus de Suas ovelhas, muitas das quais – não todas – são relativamente inocentes da traição Conciliar?

Depois do Vaticano II, alguns sacerdotes e leigos tiveram a graça de ver imediatamente que era como traição, e em uns poucos anos o movimento tradicional estava caminhando. A outras ovelhas Deus lhes conheceu a graça de percebê-lo mais tarde. Porém, não podemos todos admitir que há muitos bons católicos que confiaram em seus bispos, como bons católicos normalmente devem fazer? E, não é que todos estes bispos insistiram na mentira de que o NOM não era diferente da verdadeira Missa? O que especificou ao Vaticano II e à NOM foi precisamente a oficialização da heresia modernista dentro da Igreja. Então, não é que tem sentido que em castigo por sua mundanidade moderna estas ovelhas amplamente perderiam o verdadeiro rito da Missa, enquanto que em recompensa por seu desejo da Missa elas não perderiam uma Missa válida? Sem dúvida, o futuro da Igreja depende das almas que compreendem a essência da Revolução, e repudiam absolutamente todas as ambiguidades do Vaticano II e do NOM.


Comentários Eleison CDXXXVI (436) - Novus Ordo Missae – I

Por Monsenhor Richard Nelson Williamson

Tradução: Cristoph Klug
21 de novembro de 2015

Deus tem realizado milagres com a Nova Missa?
Quê!? Pois isso é o que sugere a pesquisa.

“Os fatos são coisas obstinadas” é uma famosa frase do segundo Presidente dos Estados Unidos, John Adams (1735–1826), “e quaisquer que sejam nossos desejos, nossas inclinações ou os ditames de nossa paixão, não podem alterar o estado dos fatos e a evidência.”. Concernente ao Novo Ordinário da Missa imposto para a Igreja inteira por Paulo VI em 1969, existem alguns fatos obstinados aptos a perturbar os “desejos e inclinações” dos católicos adeptos pela Tradição católica. Que sucessivos números destes “Comentários” mostrem, em primeiro lugar, alguns destes fatos; em segundo lugar vejamos como podem ser explicados, apesar do desastroso papel jogado durante os últimos 46 anos pelo NOM em ajudar aos católicos a perderem a Fé; e em terceiro lugar deliberemos sobre que conclusões deve um católico sábio tirar. Primeiro de tudo, alguns fatos:—

Em 18 de agosto de 1996, na Igreja Paroquial de Santa María no centro de Buenos Aires, o padre Alejandro Pezet terminava de distribuir a comunhão (de uma Missa nova, possivelmente), quando uma mulher lhe disse que havia uma hóstia descartada na saída da Igreja. Deve ter caído ao sair da Igreja um paroquiano que havia recebido a comunhão na mão e a abandonou no solo por não estar mais apta a ser consumida. O padre Pazet a levantou, pô-la corretamente em um vaso com água e a colocou no Tabernáculo onde em uns poucos dias normalmente se dissolveria e poderia ser descartada. Porém, quando em 26 de agosto o sacerdote abriu o Tabernáculo, qual não foi sua surpresa ao constatar que a hóstia havia se transformado em uma substância sangrenta. Fotos que foram tiradas 11 dias depois por ordens do Bispo Bergoglio, mostraram que havia aumentado consideravelmente de tamanho. Por três anos, manteve-se em estrito segredo no Tabernáculo, mas em 1999 o então Arcebispo Bergolgio decidiu levar a cabo uma análise científica. Em 15 de outubro de 1999, com a presença de testemunhas, ele permitiu ao Dr. Ricardo Castañón, neuro-psico-fisiólogo aprovado por Roma, tomar uma amostra para fazer provas.

O Dr. Castañón levou a mostra primeiramente a um laboratório forense em San Francisco que reconheceu DNA humano. Um Dr. Robert Lawrence localizou glóbulos brancos. Um Dr. Ardonidoli na Itália pensou que provavelmente fora tecido cardíaco. Um professor australiano, John Walker, reconheceu tecido muscular com glóbulos brancos intactos. Para eliminar qualquer dúvida, o Dr. Castañón se dirigiu a um renomado cardiologista e patologista da Universidade de Columbia, Nova York, o Dr. Frederico Zugibe, sem lhe dizer de onde provinha o espécime.

Olhando em seu microscópio, o Dr. Zugibe haveria dito, “Posso dizer-lhe claramente o que é. É parte do músculo que se acha na parede do ventrículo esquerdo do coração, que faz bater o coração e que lhe dá sua vida ao corpo. Entremeado no tecido há células brancas sanguíneas o qual me diz, em primeiro lugar, que o coração estava vivo no momento quando a mostra foi tomada porque as células brancas sanguíneas morrem fora do organismo vivo e, sem segundo lugar, porque as células vão em auxílio de uma lesão, então este coração sofreu. Este é o tipo de coisas que vejo em pacientes que foram golpeadas no peito”. Quando se lhe perguntou por quanto tempo estas células permaneceram vivas se provinham de uma amostra conservada em água, o Dr. Zugibe respondeu que haveriam deixado de existir em questão de minutos.

Quando, em junho de 1976, o Arcebispo Lefebvre estava perto de ordenar seu primeiro grande grupo de Sacerdotes da FSSPX, apesar da depreciação de Roma, um oficial romano veio lhe prometer o fim de todos os seus problemas com Roma se ele somente celebrasse um NOM. Baseado em princípios, por razões doutrinais, ele se negou. Então, como pode o Bom Deus ter realizado milagres eucarísticos com e por esta nova Missa? Leiam aqui na próxima semana uma resposta sugerida.


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Ontem e hoje de Monsenhor Fellay


Sobre a reunião inter-religiosa em Fátima em outubro de 2003, disse o Superior geral da FSSPX:


Como poderíamos deixar passar em silêncio tais aberrações? Nós rejeitamos qualquer acordo diferenciado, afirmamos a contradição entre o verdadeiro e o falso e nossa firme vontade de não ter “nullam partem” em semelhante empresa já que, simplesmente, queremos seguir sendo católicos. É com horror e repugnância que nos afastamos dessa maneira de considerar a Igreja e de viver em “comunhão”. Como se pode pretender que a “Roma” modernista mudou, que se voltou favorável à Tradição? Quantas ilusões!”.
 Mons. Fellay, Carta aos amigos e benfeitores Nº 65, Dezembro 2003.

Sobre as reuniões inter-religiosas propiciadas por Francisco, como as recentes em Nova York ou no Vaticano na audiência geral, podem ser conferidas aqui as declarações de Mons. Fellay a respeito.

Em relação ao recente Sínodo destruidor da família, Mons. Fellay, já sem sentir “horror e repugnância” como anos atrás, apenas atinou a dizer sobre Francisco: “rezamos pelo Papa: oremus pro pontifice nostro Francisco, e permanecemos vigilantes: non tradat eum in manus inimicorum ejus[9], para que Deus não o entregue nas mãos de seus inimigos”. Mas, como comentou acertadamente um leitor em um site afim à Neo-Fraternidade:

rezamos pelo Papa: oremus pro pontifice nostro Francisco, e permanecemos vigilantes: non tradat eum in manus inimicorum ejus[9], para que Deus não o entregue nas mãos de seus inimigos...” Leio isto e me pergunto... Quem pensará Monsenhor Fellay que são os inimigos de Francisco? Porque na verdade, há uma tonelada de Santos, Doutores da Igreja e 2000 anos de magistério que são inimigos declarados de Bergoglio. Digo, nada mais...”. Exatamente: Francisco já declarou a guerra contra a Tradição, a todos nós, e tem pelo autêntico catolicismo por inimigo. Mons. Fellay não o vê, ou não o quer ver?

sábado, 21 de novembro de 2015

Como destronaram Jesus Cristo - Mons. Marcel Lefebvre


"No juízo final, Jesus Cristo acusará aos que o expulsaram da vida pública, e por este grande ultraje aplicará a mais terrível vingança."
Pio XI


Apesar do risco de repetir o que foi dito, volto ao tema da Realeza Social de Nosso Senhor Jesus Cristo, este dogma de fé católica, que ninguém pode por em dúvida sem ser um herege: sim, é isso: um herético!

Ainda eles tem fé?

O leitor pode julgar a fé agonizante no núncio apostólico de Berna. Mons. Marchioni, com quem tive a seguinte conversa em 31 de março de 1976 em Berna:
- Mons. Lefebvre: "Pode-se ver claramente coisas perigosas no Concílio (...). Na declaração sobre a liberdade religiosa há coisas contrárias aos ensinamentos dos papas: decidem-se que já não pode haver Estados católicos!"
- Núncio: "Mas é evidente!"
- Mons. Lefebvre: "Acredita o senhor que a supressão dos Estados católicos vá ser um bem para a Igreja?"
- Núncio: "O senhor compreende, se se faz isto se obterá uma maior liberdade religiosa entre os soviéticos!"
- Mons. Lefebvre: "Mas o que fazem os senhores do Reino Social de Nosso Senhor Jesus Cristo?"
- Núncio: "O senhor sabe, atualmente é impossível; talvez num futuro afastado?... Atualmente este reino está nos indivíduos; deve ser aberto às massas".
- Mons. Lefebvre: "E o que fazem da Encíclica Quas Primas?"
- Núncio: "Ah, hoje em dia o Papa não a escreveria."
- Mons. Lefebvre: "Sabe que na Colômbia foi a Santa Sé que pediu a supressão da constituição de Estado?"
- Núncio: "Sim, e aqui também."
- Mons. Lefebvre: " No valais?" (Província suíça)
- Núncio: "Sim no Valais. E veja, agora me convida para todas as reuniões."
- Mons. Lefebvre: "Então o senhor aprova a carta que Mons. Ada (Bispo de Sion, no Valais) escreveu a seus diocesanos para explicar porque deviam votar a favor da lei de separação da Igreja e do Estado?"
- Núncio: "Veja o senhor, o Reino Social de Nosso Senhor Jesus Cristo é atualmente algo difícil..."

Vocês veem, ele não acredita mais! É um dogma "impossível" ou "muito difícil", "que não seria mais escrito hoje". E quantos pensam assim atualmente! Quantos são incapazes de entender que a Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo deve se realizar com a ajuda da sociedade civil, e que o Estado deve assim, nos limites da ordem temporal, ser o instrumento de aplicação da obra da Redenção. E eles lhe responderão:

"Ah são duas coisas diferentes, você mistura política e religião!"

Entretanto tudo foi criado por Nosso Senhor Jesus Cristo para complementar a obra da redenção. Tudo, inclusive a sociedade civil que também, como lhes disse, é uma criatura de Deus. A Sociedade civil não é para a criação da vontade dos homens, ela resulta antes de tudo da natureza social do homem, do fato que Deus criou os homens para que vivam em sociedade; isto faz parte da natureza criada por Deus. Portanto assim com os indivíduos, a sociedade deve render homenagem a Deus, seu autor e seu fim e ser útil ao plano redentor de Jesus Cristo.
Para apoiar sua tese funesta sobre a separação a Igreja e do Estado, os liberais de hoje e de ontem citam satisfeitos esta frase de Nosso Senhor: "Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus (Mt XXII,21); simplesmente deixam de dizer o que César deve a Deus! [grifo meu]


Mons. Marcel Lefebvre, in "Do liberalismo à Apostasia"

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

CARTA DE MONS. LEFEBVRE AO SANTO PADRE

† Ecône, 2 de junho de 1988

Beatíssimo Padre,


Os colóquios e encontros com o Cardeal Ratzinger e com os seus colaboradores, embora tenham decorrido numa atmosfera de cortesia e de caridade, convenceram-nos de que o momento de uma colaboração franca e eficaz ainda não tinha chegado.

Com efeito, se qualquer cristão está autorizado a pedir às autoridades competentes da Igreja que seja conservada a fé do seu batismo, que dizer em relação aos sacerdotes, religiosos e religiosas?

Foi para manter intacta a fé do nosso batismo que tivemos de nos opor ao espírito do Vaticano II e às reformas que ele inspirou.

O falso ecumenismo, que está na origem de todas as inovações do Concílio, na liturgia, nas novas relações da Igreja e do mundo, na concepção da própria Igreja, conduziu a Igreja à sua ruína e os católicos à apostasia.

Radicalmente opostos a esta destruição da nossa fé, e decididos a manter-nos na doutrina e na disciplina tradicional da Igreja, especialmente no que diz respeito à formação sacerdotal e à vida religiosa, sentimos necessidade absoluta de ter autoridades eclesiásticas que partilhem as nossas preocupações e nos ajudem a premunir-nos contra o espírito do Vaticano II e contra o espírito de Assis.

Foi por isso que pedimos vários bispos, escolhidos da Tradição, e, na Comissão Romana, a maioria dos membros, para nos protegermos da possibilidade de comprometerem os acordos. Tendo em conta a recusa a considerar os nossos pedidos, e sendo evidente que o objetivo dessa reconciliação não é em absoluto o mesmo para a Santa Sé e para nós, julgamos preferível esperar tempos mais propícios ao regresso de Roma à Tradição.

É por isso que nos dotaremos dos meios para prosseguir a Obra que a Providência nos confiou, certos, pela carta do S. E. o Cardeal Ratzinger de 30 de maio, de que a consagração episcopal não é contrária à vontade da Santa Sé, uma vez que é concedida para 15 de agosto.

Continuaremos a rezar para que a Roma moderna, infestada de modernismo, torne a ser a Roma católica e reencontre a sua Tradição bimilenar.

Então o problema da reconciliação deixará de ter a razão de ser, e a Igreja encontrará uma nova juventude. Dignai-vos aceitar, Beatíssimo Padre, a expressão dos meus sentimentos muito respeitosos e filialmente devotos em Jesus e Maria.

Marcel Lefebvre
Arcebispo-Bispo emérito de Tulle
Fundador da Fraternidade São Pio X

Apud Dom Lourenço Fleichman OSB, "Tradição versus Vaticano, Dossiê completo das negociações entre Mons. Lefebvre e o Vaticano. 1988-2001." Niterói: Editora Permanência, 2001.

sábado, 7 de novembro de 2015

Superior dos EUA: O reconhecimento da FSSPX por Roma é algo muito positivo

Fonte: Non Possumus


No sábado 31 de outubro pela tarde, o Pe. Wegner (Superior do Distrito dos Estados Unidos), deu uma conferência na capela Rainha dos Anjos em Dickinson, Texas. Na conferência, o padre falou de uma forma mais positiva em relação ao reconhecimento da FSSPX por Roma. Não deixou dúvidas que isso sucederá logo quando Francisco "nos aceite".

Da esquerda para a direita: Pe. Jurgen Wegner FSSPX, Dom Bernard Fellay FSSPX e Pe. Thomas Rosica



Depois, a outra parte da conferência esteve dirigida contra Dom Williamson de forma mais rígida. Ele disse: "Ninguém fez mais dano à FSSPX que Dom Williamson". O acusou de ser um "traidor", de "conhecer o dano" que a entrevista na que "negou o holocausto" causaria à Fraternidade, e haver feito de propósito. É estranho que um alemão não aprecie ter a alguém que diga a verdade para tirar a nuvem preta que ainda flutua sobre seu país e seu povo. Mas não, ele ataca a verdade e desonra o nome do mensageiro.

Isso é o que respondeu Dom Williamson ao Pe. Wegner (publicado com permissão):


Reverendo Padre, 


Me informaram que na capela Rainha dos Anjos, Texas, paróquia da FSSPX, o senhor disse recentemente que quando em Novembro de 2008 eu falei com o jornalista da TV sueca sobre o "holocausto", eu sabia perfeitamente o tamanho do dano que minhas observações ocasionariam à FSSPX, e apesar disso realizei minhas observações, pois eu positivamente queria causar dano à FSSPX. Presumo que esse relatório de suas palavras é substancialmente preciso (exato), porque esta é uma versão amplamente compartilhada sobre minhas intenções no momento.

Esta é a verdade, com a qual o senhor faça o que quiser, mas já será informado sobre isso:

Quando questionei os seis milhões e as câmaras de gás, para bem ou para mal, o pensamento da FSSPX não estava em minha mente no absoluto. Eu somente tinha algo, algo em mente: dizer o que eu considerei ser a verdade sobre uma questão muito importante da história moderna e a religião, porque o "holocausto" se converteu no substituto da religião mais estendido e influente dos tempos modernos.

Não espero nenhuma desculpa. Estarei agradecido se o senhor deixar de dizer contra-verdades em relação a minha intenção ao pronunciar essas famosas palavras. O senhor tem a palavra.

Com meus melhores desejos em Cristo.


+Richard Williamson.

Comentários Eleison CCLXXIII (273) - Mais Munição

Por Monsenhor Richard Nelson Williamson
Tradução: Mosteiro da Santa Cruz
Retirado de: Borboletas ao Luar


6 de outubro de 2012



Aproveitando o privilégio de ter uma variedade de amigos atirando em mim de todas as direções, eu não posso suportar a ideia deles ficarem sem munição, então aqui está uma coleção de balas e escudos recolhidos do campo de batalha. Os comentários foram feitos por sacerdotes, leigos e irmãs, principalmente chateados por certo episódio da história moderna sendo negado na TV sueca em novembro de 2008. (E novamente... e novamente...) Como os americanos dizem: “Aproveitem!”


“Esse bispo tem um temperamento forte, com muito prestígio e autoridade, por isso ele não poderia suportar não ser o número um na Fraternidade São Pio X. Desejando então ter seu nome nos livros de história, mas percebendo que com 68 anos de idade não teria mais chance de ser eleito Superior Geral, ele detonou na TV sueca a “bomba revisionista” a fim de chamar a atenção e aparecer como superior. Para ganhar influência ele estava disposto a arriscar a divisão da FSSPX.” 

“Ele decidiu, por meio de uma total provocação através de uma transmissão televisiva, a fim de sabotar as negociações Roma-FSSPX, que ele desaprovava. Mas estando em uma posição de subordinação, apenas por meio de um escândalo é que ele teria condições de parar o diálogo e o acordo que poderiam ter vindo delas.” 

“Ele adora provocar porque ele é um infiltrado, um ex-anglicano que é ainda basicamente hostil à Igreja Católica. Qualquer acordo Roma-FSSPX ele iria querer bloquear, porque seria muito favorável à FSSPX, isto é, à Igreja Católica.” 

“Ele é um sobrenaturalista iluminado, um maníaco da conspiração, obcecado com o perigo judaico. Ele vê o Apocalipse vindo amanhã. Nem ele e nem o Revisionismo são sérios.” 


“Ele tem qualidades naturais que fazem dele mundano e ambicioso. Ele estava acostumado a ter todo mundo prestando-lhe homenagens. Ele costumava ter influência sobre muitas pessoas, e era tratado como um pequeno deus no tempo em que ainda viajava bastante. No entanto, por causa de suas qualidades pessoais, ele é orgulhoso, e tem ciúme de Dom Fellay, e então foi inveja e ressentimento o que ele soltou na TV sueca.” 

“Na verdade, muito antes do caso sueco ele já era bastante político e muito independente do resto da FSSPX, cujo espírito não compartilhava inteiramente. Em 2004 ele atacou publicamente a liderança da FSSPX por seu espírito jansenistizante e seu sobrenaturalismo. Na realidade, ele estava apenas acertando contas pessoais, como clérigos são susceptíveis de fazer.” 

“Sua originalidade anda junto com uma completa falta de senso de responsabilidade, e é por isso que ele montou em seu cavalo de batalha antissemita em público sem pensar em nenhum momento sobre o mal que ele poderia fazer à Tradição. Na verdade, ele foi manipulado por fascistas e neopagãos, ou pelo menos ele foi explorado por eles. Ele não buscava poder pessoal naquela ocasião, mas ele é imprevisível, e ele não é de confiança.”


E todas essas coisas estão sendo ditas sobre mim! Eu simplesmente adoro a atenção!

Kyrie eleison.

Críticas I